top of page

A Mulher Deficiênte


Mulher deficiente

O dia 8 de Março é, desde 1975, comemorado pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher.

Mas, dia de quais mulheres estamos falando? Das, que seguem um determinado padrão de beleza e comportamentos predeterminados pela sociedade? Das bem afortunadas? Das ditas “normais? O que teriam para comemorar as que não fazem parte das esferas aqui mencionadas? Em especial as mulheres com deficiência de nossas comunidades e de nossa sociedade? Que embora tenham alcançado significativos avanços ainda permanecem vítimas de exclusão e discriminação.


Sim, para as que estão a margem talvez não haja muito para festejar, Existem no mundo cerca de 300 milhões de mulheres com deficiência, e 80% delas vivem em países pobres. Elas são marginalizadas e invisíveis para as pessoas que criam as políticas públicas. Seus direitos humanos são massivamente violados, independentemente de sua idade, origem étnica, orientação sexual, religião e outras condições; Somam-se a isto: Um terço de todas as mulheres com deficiência são analfabetas ou têm menos de três anos de educação formal. Quando conseguem trabalho, seu salário é menor do que todas as demais classes de trabalhadores.


No Livro teologia e deficiências de diversos autores, Iára Muller ao discorrer sobre a temática da teologia e gênero chama nossa atenção para uma gravíssima violência que afeta mulheres e crianças deficientes. “Existem muitas mulheres e meninas com deficiência (especialmente com deficiência mental) sendo abusadas em hospitais por alguém da equipe de atendimento (especialmente enfermeiros). O mesmo acontece em lares e instituições e em suas próprias casas. Uma das razões que torna as mulheres e meninas com deficiência mais vulneráveis ao abuso é o fato de que há uma grande falta de informação e inadequada educação sexual. Casos de abuso contra mulheres e meninas com deficiência são raramente relatados à polícia, porque não se acredita no que elas contam”.


É fato bastante recorrente o não acreditar no que as pessoas com deficiência falam porque os/as ditas “normais” acham que podem decidir, sentir, e escolher por elas; Neste sentido quando se apresenta o caos e as muitas injustiças também se conclama a igreja de Cristo a combate-las, pois nossa fé precisa ser missionária e cidadã mediante a uma prática que promova a vida em sua totalidade.


Nesta direção temos muito por fazer, denunciando todo tipo de exclusão, segregação e escancarando as portas de nossas comunidades nas mais diferentes esferas para que as mulheres com deficiência possam escreverem uma nova página em suas vidas; Devemos viver a alteridade onde o outro me faz existir, entendendo como bem disse Frei Beto: “Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser humano, inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico, cego, imbecil, inútil, pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e semelhança de Deus”.


Feliz dia de todas as mulheres.

Rev. Enoque Rodrigo de Oliveira Leite e Gabriela Leite Pastor na IM em Itapeva e Esposa

#reflexão #deficiênte

Post em Destaque