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Feliz? Dia? Da mulher?


Patrícia
Silêncio

Comemorado ontem, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado por e com diferentes motivações. Algumas delas enfatizando a cultura; outras, dificuldades relacionadas às atividades profissionais ou a situações e realidades que não merecem nenhuma celebração.


O Datafolha apresenta estatística alarmante já para esse ano: 503 mulheres brasileiras são vítimas a cada hora. Em 2016, 12 milhões de mulheres sofreram ofensa verbal. Desse total, 10% das mulheres sofreram ameaça de violência física, 8% sofreram ofensa sexual, 4% receberam ameaça com faca ou arma de fogo, 3% (ou 1,4 milhões de mulheres) sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento e 1% levou pelo menos um tiro. Entre esses dados, há ainda um número significativo de mulheres, que Outras ainda só procuram ajuda de familiares que, normalmente, fazem opção pelo silêncio.


Aliás, estatísticas de violência às mulheres vêm de longa tempo. No Antigo Testamento alguns relatos nos apresentam favorecimento a homens que acabaram se tornando heróis. Entre eles, Sansão que passou a noite com uma prostituta e, ao invés de ser condenado à morte, como previa a Lei, não foi nem “indiciado”.


Não encontrei relatos de celebrações no Brasil, que apresentam reflexões, manifestações ou sinalizações de que nesse 08 de março houve algum engajamento a favor de uma cultura de paz com justiça a favor das mulheres. Será que estou equivocada? Será que ocorreu um silêncio maciço a favor de igualdades? Silêncio a favor das desfavorecidas, marginalizadas (que vivem à margem mesmo de nossa com- vivência?)


Recebi muitas mensagens nas redes sociais e aplicativos chamando as mulheres de guerreiras, vitoriosas, otimistas, corajosas, batalhadoras e outros adjetivos que parecem mais ações que subvertem tudo o que deveríamos ser. Não é um dos verbos que mais aprecio, mas lutar uma pelas outras, sem acepção de pessoas, é o que deveríamos ter como prerrogativa para as celebrações.


Talvez devêssemos ser mais corajosas, engajadas na luta pela realização de nossas utopias.


Evidentemente apreciamos receber cumprimentos no dia denominado Dia da Mulher. Mas, infelizmente esse ainda não é um dia muito feliz para muitas mulheres que sofrem diariamente por vários motivos entre os quais a ausência da consciência de ser oprimida.


Que o tema sugestivo da Federação de Mulheres da Igreja Metodista: “ Mulheres marcadas por Deus alcançam vidas”, possa ser uma prática real em nossas vidas.


Que Deus nos dê coragem e força.


Abraço fraterno. Patrícia Marques Pastora na IM em Santana

#colunistas #mulher

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