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NATAL: CELEBRAR... OU NÃO?


Ronaldo
Baobás

Virou moda, entre alguns grupos cristãos, “bater no Natal”, como sendo uma celebração indevida, e até mesmo “anátema”. Um dos argumentos usados é sobre a sua possível “origem pagã”, ou seja, que se tratava originalmente de uma festa da mitologia romana, à época do imperador Constantino, que reverenciava o dia do “Sol Invictus”.


Aos olhos da Bíblia, entretanto, o Natal teve sua origem três séculos antes de Constantino, quando numa noite escura e fria um anjo do Senhor desceu onde pastores guardavam o rebanho, e anunciou-lhes: “Hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo o Senhor” (Lc 2.11).


Aquele mensageiro acabara de anunciar que Deus irrompera na História humana. Não seria este um acontecimento digno de ser comemorado nos séculos vindouros?


Igreja é comunidade de fé que celebra a Cristo e Seu Reino. A igreja é, por excelência, um espaço de celebração: é na igreja que comemoramos o Pentecostes, a Ressurreição de Cristo, o Dia de Ação de Graças, as Bodas de nossos membros, e também nos reunimos em sua morte... E não apenas isso: enfeitamos nossas igrejas para os casamentos e convidamos os familiares e os irmãos.


As pessoas são livres para “não comemorar” natais.... Mas que sejam coerentes e esqueçam também o aniversário de sua esposa, o seu aniversário de casamento, e ignore os 15 anos de sua filha...


O maior acontecimento da História não foi o homem pisar na Lua, mas Deus pisar na Terra. Natal é recordar este gesto do Pai: o envio do Salvador. Sem a memória das coisas passadas, tornamo-nos alheios às obras que Deus faz. Por isso o salmista ensina: “Recordarei os feitos do Senhor, sim, me lembrarei das tuas maravilhas” (Sl 77.11).


Se o nascimento do Salvador foi profetizado em todo o Antigo Testamento, e ansiosamente aguardado por seus profetas, porque agora não haveríamos de comemorar o cumprimento dessa grandiosa promessa?


Se o mundo se apropriou indevidamente do Natal – dando-lhe este formato comercial, cabe a nós, Igreja, mostrar o verdadeiro sentido da celebração, e não suprimi-la. Na verdade, esta não é uma festa “mundana”, mas espiritual, pois só quem vive a realidade da Encarnação o ano inteiro é que pode celebrar o nascimento do Rei.


Se o nascimento de Jesus não se deu exatamente no dia “25 de dezembro”, tal fato não tem maior relevância, e nem impede a sua celebração. Também não conhecemos o dia exato de Sua Ressurreição, mas mesmo assim celebramos a Páscoa anualmente sem questionamentos.


Na verdade, Natal não é a comemoração de “um dia”, mas é a alegria pela Encarnação, de que Jesus veio em carne. Isso pode não agradar muita gente, mas “todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus...” (1Jo 4.2).


Assim como Paulo revelou aos atenienses que o “Deus Desconhecido” (Atos 17.23) que eles adoravam era precisamente o Salvador que ele anunciava, de igual modo, para nós já não é mais o “Sol Invictus” dos romanos, mas Jesus, o nosso “Sol da Justiça” (Malaquias 4.2). E os símbolos que outrora apontavam para falsos deuses, hoje apontam para o verdadeiro e Único Senhor.


Se num passado distante “a árvore” era associada a Astarote, vale lembrar que aqueles que depositam a sua confiança no Senhor, “mantém suas folhas sempre verdes, mesmo no inverno ou na sequidão” (Jr 17.8). É nessa árvore que me espelho.


Assim como os magos e os pastores das campinas, comemoro com assombro e alegria a Encarnação.


Um Feliz Natal a todos que se alegram no Senhor Jesus! E se alguém lhe cumprimentar com um insosso “Boas Festas”, responda com um vibrante:


“Jesus é o motivo da minha alegria! Por isso, Feliz Natal para você!”.

 

Daniel Rocha Pastor na IM Central em Santo André

#colunistas #Daniel

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