Renovar a esperança

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” – Isaías 9:6
Em finais de ano é muito comum fazermos levantamentos e considerações sobre o que nos aconteceu durante o ano que se finda. Baseados nas conclusões que chegamos, tomamos decisões que visam corrigir o curso de nossas vidas.
Nesta pastoral, quero relembrar alguns acontecimentos que marcaram o povo brasileiro em 2017. Começamos o ano com o anúncio de uma crise acentuada na economia do país. O número de desempregados estava na casa dos 11,5 milhões e rapidamente subiu para 14 milhões. Muitas famílias sofreram e vêm sofrendo necessidades em função da chamada crise financeira. Parece que não há esperança de melhoras a curto prazo, principalmente para quem está mais diretamente envolvido com o desemprego.
Ao olhar para a crise política a coisa fica ainda mais feia, pois aqueles e aquelas que deveriam estar cuidando dos interesses da nação, do povo e promovendo ações políticas que tirem o país da crise, que tirem o povo da miséria e formulando leis justas para a manutenção da dignidade, em sua maioria, estão mais preocupados e preocupadas consigo mesmos, em como apropriar-se do erário público. Quem acompanha as diversas fases da “lava-jato” sabe do que estou falando, escândalo sobre escândalo. O montante de dinheiro desviado soma quantias astronômicas.
Na área da cultura demonstramos falência. Os poetas e compositores musicais, em grande parte, literariamente falando, produzem obras pobres e desprezíveis, revelando em muitas delas um caráter promíscuo. A mesma coisa se observa em outras áreas da cultura. A mídia em geral, difunde valores que são contrários a moral e a fé cristã, dando a entender que os cristãos e cristãs são pessoas ignorantes e que não estão do lado do bem, que se trata de um povo retrógrado e que impede o avanço cultural. Só que o avanço cultural proposto está atacando os pilares sob os quais se firmaram as famílias brasileiras em toda a sua história. Este suposto avanço, acha normal expor crianças ao erotismo adulto e tudo em nome da cultura. Lógico que homens e mulheres que preservam os bons costumes se colocam contra este tipo e lavagem cerebral que afeta a população dia após dia.
Há quem defenda a livre expressão dos artistas, dizendo que eles e elas não devem ser em nada censurados e censuradas em sua criatividade, pois a criatividade não tem limites. Particularmente, entendo que os limites para a criatividade passam por obediência às leis estabelecidas no país e pelo respeito ao censo popular. Os agentes que defendem a liberdade sem censura, deveriam pensar que a liberdade de alguém termina quando está ferindo o outro e a outra, como orienta a Palavra de Deus: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” – Mateus 7.12.
Com essas lembranças e com o ano chegando ao seu final, olhando para as circunstâncias que nos cercam, com crises anunciadas por todo lado, é fácil concluir que o clima se apresentará nebuloso também para o ano que se inicia.
Entretanto, o Natal também se aproxima e nele renovamos nossas esperanças naquilo que ele representa, o nascimento do menino Jesus, o Messias prometido para o povo que andava em densas trevas de escuridão para que tivessem luz (Isaías 9.2). Natal é tempo de luz. Luz da esperança e de paz. Que Deus nos permita renascer cheios e cheias de vigor divino para sermos portadores e portadoras da esperança tão necessária para o nosso povo. Que sejamos renovados e renovadas no fervor da fé para santificarmos nossas vidas e expressarmos ao mundo o amor de Deus.
Como Igreja do Senhor, temos uma tarefa que cabe somente a nós: levar as Boas Novas de Salvação ao mundo. Salvação que o livra do pecado e da escravidão imposta pelo diabo aos filhos e filhas da desobediência (Efésios 2.2). Nossa missão consiste, a exemplo de Jesus Cristo, proclamar o ano aceitável do Senhor e levar alento a quem se encontra em angústia de alma por não ter esperança de que dias melhores virão. Há na boca dos profetas e profetisas do Senhor, palavras de Vida e de Salvação que devem ser proclamadas para o povo que anda em trevas.
A expectativa para o ano 2018 é que a Igreja continue em seu propósito de santificar a nação, espalhando a Santidade Bíblica, particularmente a Igreja, como entendemos ser a nossa vocação histórica. Que diante dos infortúnios que assolam a sociedade e o país, a Igreja se coloque na intercessão para que o tempo das lutas e dores se abreviem, para que os mais empobrecidos e empobrecidas de nossa gente não sucumbam sob o peso imposto pelas crises sem fim; que a Igreja seja sal e luz em solo pátrio para que Jesus seja exaltado e glorificado por oferecer salvação gratuita a quem crer (João 1.12).
Desejo que neste Natal e no ano que se avizinha, experimentemos um tempo novo de Deus para nossa vida pessoal, familiar e comunitária, em que o amor, a justiça e a paz sejam elementos sempre presentes fortalecendo as relações de irmandade e amizade em terras da Terceira Região Eclesiástica, em todo o Brasil e no mundo.
Que a missão de Deus em seu propósito de salvar o mundo seja o propósito da igreja.
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO
José Carlos Peres Bispo presidente da Igreja Metodista na Terceira Região Eclesiástica